ARQUIVO AMINA MAMA

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Referência nas lutas feministas, Amina Mama moldou sua trajetória buscando acrescentar uma voz ativa voltada as necessidades do mundo feminino. Nascida na cidade de Kaduna, no Norte da Nigéria em 19 de Setembro de 1958, Mama teve suas primeiras orientações sobre o mundo ao presenciar a participação de membros da família no sistema local durante a independência do país (MACEDO, José e Ferreira, Thuila. Projeto Biografias de mulheres africanas).
Filha de uma professora inglesa e pai nigeriano, seu primeiro contato com o saber foi em uma escola de ambiente mulçumano, em Kaduna. Mas durante um período complexo de antimulçumanos na região em 1966, Amina se viu obrigada a deixar o país natal e começar uma nova etapa em Londres, onde frequentou o ensino superior e pôde ampliar sua visão com relação ao mundo, comparando as duas sociedades do qual ela conviveu. Estudou Psicologia na Universidade de St Andrews, na Escócia em 1980, com Mestrado em Psicologia Social e Doutorado em Psicologia Organizacional na Universidade de Londres, marcos esses que expandiram seu horizonte criando diferentes perspectivas que delineou a forma como Mama começou a questionar o papel da mulher na sociedade.
Amina ressalta que ter crescido em uma família eclética influenciou sua jornada e que o rótulo "feminista" não está associado para ela a um termo pejorativo. Esse posicionamento é claro na fala:
"Nunca me ofendi ao ser rotulada de feminista, mas sim humilde e intimidada pela responsabilidade que recai sobre mim. O feminismo continua a ser um termo positivo, baseado no movimento, e eu estou feliz por ser identificada com ele. Indica uma rejeição da opressão, a luta pela libertação da mulher de todas as formas de opressão, interna, externa, psicológica e emocional, sócio-económica, política e filosófica. Gosto do termo porque me identifica com uma comunidade de mulheres radicais e auto-confiantes, muitas das quais admiro, tanto como indivíduos como pelo que contribuíram para o seu desenvolvimento. Estas referências são mulheres africanas, asiáticas, latino-americanas, do Médio Oriente, europeias e norte-americanas de todas as cores e tendências, passadas e presentes. Entre as minhas favoritas estão a egípcia Huda Sharaawi, nos anos 20, que organizou a ocupação do Parlamento egípcio; as sufragistas pacifistas e aquelas que defenderam o seu direito de voto em Inglaterra ambas da mesma época; as primeiras heroínas afro-americanas como Sojourner Truth, e aquelas que lutaram pela liberdade em todo o continente africano. Mais perto de casa estão as mulheres que me fazem lembrar as minhas próprias tias, como Adeline Casely-Hayford, Funmilayo Ransome-Kuti e Gambo Sawaba, para não falar das minhas amigas e companheiras de viagem do presente." (SALO, Eliana. Portal Buala)

Mama dedicou sua jornada em aprender sobre o lugar da mulher na sociedade contemporânea e seus direitos, tendo uma relação de pesquisa e troca de conhecimento ao longo de sua vida. Ao mesmo tempo, Amina empenhou-se na produção de trabalhos acadêmicos, docência e discursos sobre o assunto e seus subtemas contribuindo para o mundo da intelectualidade como voz ativa de vozes antes deixada à margem.
Posicionamentos como crítica ao "feminismo branco" são debatidos e aprofundados em diferentes sociedades buscando expor principalmente o feminismo negro que vem ganhando espaço em ambientes intelectuais trazendo representação de grande parte de mulheres subjugadas. Pode - se afirmar que o papel desta personagem impactou de forma positiva o mundo atual.
Para além da academia, Mama devotou - se a propagar o feminismo e suas faces à públicos de diferentes idades, cores e classes. De forma que essas manifestações de conhecimento são apreciadas em aulas, palestras e documentários do qual a personagem deu sua contribuição.
Atualmente aos 63 anos, Amina permanece ativa tendo participação como presidenta do Conselho de Administração do Fundo Global para Mulheres e assessora de diversas organizações internacionais além de participar do Conselho de Administração do Instituto de Pesquisa das Nações Unidas para o Desenvolvimento Social. Mais que uma influenciadora e pesquisadora, Amina em suas obras sociais e discursos acaba por ser uma pilastra que contribui para o desenvolvimento da sociedade contemporânea.
bibliografia do texto:
SALO, Eliana. Portal Buala, https://www.buala.org/pt/cara-a-cara/amina-mama-sobre-feminismos-africanos
MACEDO, José. Projeto Biografias de mulheres africanas, https://www.ufrgs.br/africanas/amina-mama-1958/